quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

And The Winner Is…





Cristiano Ronaldo, o melhor do mundo - pela FIFA,
prémio dado em mão pelo Pelé. Juro, não percebo
nada de performances futebolísticas, nem sequer quero
investir tempo nisso, pelo menos agora na minha vida,
mas quero ver mais perto o perfil psicológico
comportamental do Cristiano Ronaldo.
Posso estar a cometer um enorme erro de interpretação,
mas aqui vai: Rico menino pobre, deslumbrado pela
juventude que ainda corre nas veias e castrado por um
clã feminino abusador. Tendo partido o pai, para terras
distantes do Além, ei-lo aqui espremido entre uma mãe
tão querida, duas irmãs aduladoras, um primo (ou
cunhado, não percebo a ligação parental) subserviente
e um irmão "desagarrado" das drogas, pelo dinheiro
ganho com golos e suor e decerto lágrimas. Lágrimas
porque Cristiano Ronaldo é um elegante, fashionable
e naif puto que ainda pensa com os dólares e euros
que tem na carteira e atrai a ele mulheres que se calhar
querem ser "as mães" substitutas.
Há muito tempo que observo, testemunho e sou
confidente de "sub-casamentos" de codependência
entre mães e filhos. As mães responsabilizam os filhos
(ou filhas) pela felicidade, companhia e submissão que
não retiraram dos casamentos e estes filhos que nunca
ultrapassam o Édipo dentro deles, juram amor eterno
às suas mães que se vão aproveitando até á ultima
gota de sangue, como sanguessugas famintas.
Olho para fotos de revistas, olho para os olhos que me
levam á criança desamada que só pede:
Gostem de mim!
Olho e só sinto uma compaixão enorme por este menino
– homem mal acabado e que só quer provar que é o
melhor só para gostarem dele. Não vejo o brilho da
alma, mas sei que está lá, coberta pelos véus negros
e efémeros da vaidade egóica. Vejo um ego inflamado,
e aquela ilusão dos 20 anos que diz: Eu sou o maior!
E sinto um menino calado, cheio de fome de Amor a
pedir a esmola: Por favor, gostem de mim!
Espero, profundamente que o CR7 leia este "post", se
alguém lho quiser passar, para ele saber que há muitos
olhos postos nele, não para lhe exigirem mais vitórias,
mas para olharem a dor que emana, da prisão dourada
em que se meteu.
Desejo que cresça mais sábio e com a humildade dos
grandes, de que o corpo, os feitos, os golos, e as
vitórias….tudo passa, e isto também passará.
E depois, Cristiano Ronaldo, quando é que vais
resgatar a tua criança perdida?




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Hoje velho, ontem jovem




Desde o principio de Dezembro de 2008 que muitos
esqueletos foram tirados dos armários de toda a
gente. Os festejos de natal incluem sempre bacalhau,
rabanadas, sonhos, filhoses e esqueletos de temas
familiares não resolvidos, reprimidos porque parece
mal e não se querem confrontos nem conflitos, mas
vêm numa linda travessa recheada de hipocrisia e
vitimização; quando alguém levanta o recheio,
rapidamente se escondem os ossinhos dos
esqueletos no primeiro armário que se encontrar,
até serem de novo servidos no natal seguinte.
No dia 05 de Janeiro estreou-se um programa, já
dado pela Sic, mas com nova roupagem,
magnificamente liderado pela Conceição Lino:
"Nós por cá"… e no documentário desse dia foi
mostrado o auxilio domiciliário a idosos; o ponto a
que eu quero chegar (ou o esqueleto que eu quero
desenterrar) é o seguinte: Há imensos, milhares de
dedos apontados a quem abandona os mais velhos,
a quem os deixa em lares ou hospitais e familiares
que desaparecem não querendo cuidar dos velhos
pais ou avós. Qual o esqueleto desta acusação?
Talvez, não fique bem socialmente, ou não seja
culturalmente correcto, porque não convém, ver
o princípio deste drama:
Muitos que têm hoje 70, 80 ou mais anos e que estão
despejados em lares, já foram jovens, foram pais e
educadores, e nessa época não tiveram um grão de
amor para dar aos filhos e outras crianças.
Foram pais vazios de afecto e de função que só viam
a sobrevivência e a loucura de amealhar mas que
empurraram para outros a função afectiva.
Estes filhos cresceram sem saborearem um afecto,
um mimo, um amor. Todos os natais tinham que
engolir lágrimas e mostrar a cara da" família feliz".
Aqueles pais CAVARAM um fosso gigantesco, e
agora reclamam algo que nunca tiveram, nunca
deram e queixam-se: quem abandonou quem?
A latência do amor nasce connosco, mas o afecto
aprende-se.
Já sei, que também eles não tiveram quem os
ensinasse, mas por favor, não continuemos esta
cega-rega de acusar uns e vitimizar os outros.
Como psicóloga, deparo-me diariamente com estes
filhos, cujos pais (ou 1 deles) ainda são vivos, e que
choram copiosamente a dor da criança abandonada,
mal tratada, perseguida, humilhada.
Então em que ficamos? – Perguntam vocês – É então
justo que se abandonem seres humanos, como
emplastros usados?
Eu respondo, segundo a minha consciência:
Não, e há soluções para isto: A assistência social,
que averigúe os motivos reais (não os aparentes)
porque se abandonam idosos, e que requeira uma
intervenção familiar, no sentido de tratar os traumas
e dores dos mais novos, para se poderem apaziguar
com a velhice dos pais, mas também para resolverem
os assuntos inacabados da infância.
Terapia, meus amigos, terapia! É resposta de
psicóloga, tudo bem, mas têm melhor? A requerida
mudança de mentalidades, requer um despertar de
consciências: Ter a consciência de que basta de
críticas e julgamentos e passarem à acção. Se não
sabem o que fazer com os idosos da vossa família
ou se não querem cuidar deles, não se sintam maus
ou egoístas. Perguntem antes: porque não consigo?
O que me impede? E façam psicoterapia. Há mais
na vossa infância do que aquilo que querem ver,
e amanhã também terão a idade em que vão precisar
do amor que semearem hoje, ou não…
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Coisa Feia a Inveja


Mas já agora , na outra sexta consegui ver na Tv., a
inauguração do hotel Atlantis no Dubai. De facto um luxo,
e um delírio visual (pois, porque só vi, não estava lá, e
bem que gostava).
Em voz de fundo à jornalista que comentou a peça ia
dizendo que blá, blá, blá…Wiskas saquetas, no Dubai não
havia eleições, que o chefe era o Sheik, que a tv é estatal
(como quem diz, tudo uma ditadura) e ao mesmo tempo,
eu ia arregalando os olhos de prazer ao ver a nata VIP do
mundo inteiro (2000 convidados), para comentarem o
evento, e a beleza (mesmo que artificial) que os árabes
conseguiram fazer nascer do “nada “, ou seja de areia e
geografia inóspita -comentário este feito pela jornalista
observadora.
Achei delirante que o comentário feito por um
multimilionário da África do Sul de que estas ilhas
artificiais sejam declaradas a 8º maravilha do mundo,
fosse comentado pelos ingleses como o 8º vómito do
mundo ! (claro está porque não foram os ingleses a fazer,
nem foram convidados para fazer) e mais uma vez
constato que quem vê vómito seja no que for, está a
ver-se a si mesmo (espelho, espelho meu, diz-me quem
é mais vómito do que eu?).
Ora acontece que, eu tenho uma querida Reikiana a viver
no Dubai já há dois anos e a trabalhar com árabes, e a
mãe dela, que também é Reikiana, visita-a com
regularidade (eu já me propus para ir lá como Xamã…
estou a brincar, porque já fui convidada para ir lá passar
férias), e tanto uma como outra, contam-me que o tal do
sheik é uma pessoa encantadora, muito amada pelo seu
povo, e zela pessoalmente pelo bem estar de todos.
Como têm acesso a tudo o que vai pelo mundo fora,
querem lá saber se a Tv é estatal ou não; o que é a
ditadura para uns, é a preservação de uma cultura, que
gostemos ou não, é a deles.
Há de facto motivos para o ocidente, querer espartilhar
todos os povos e todas as culturas no mesmo modelito,
para ser tudo igualito, tipo farda maoista, tudo o que saia
da prepotência da raça branca caucasiana, é logo para
derrubar, maldizer e aniquilar.
Não me digam que agora vão querer inventar um arsenal
bélico no Dubai, para assassinar o Sheik, como fizeram
com o Saddam, e já agora ficar com o rico petróleo e
dinheirinho e hotéis de 7 estrelas no Dubai, que ficam
muito mais giros do lado de cá do ocidente, do que
naquelas terras de 50º no verão…
Ai, ai, coisa feia o esqueleto da inveja…


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Poupar…Poupem-me é a minha beleza, pá!


Agora vejo por toda a parte, dicas felizes e maravilhosas
sobre: 10 maneiras de poupar com a crise – o manual da
poupança - o que fazer com a crise e toda uma série de
estratagemas maravilhosos e apaixonantes sobre
poupança, investimentos e demais maravilhas mágicas
para sair desta!
Ainda não vi nenhuma revista nem jornal a questionar:
- Já pensou qual a crise que vai dentro de si?
- Já pensou como poupar energia mental, ao deixar de
criticar tanto, e fazer mais?
- Já pensou qual a sua própria crise pessoal?
- Como é que se relaciona com o dinheiro desde que
nasceu? O que aprendeu sobre partilha e troca? O dinheiro
é um fim a atingir ou um meio para atingir o fim?
Mais uma vez estão a reconstruir a casa como a fizeram:
Pelo telhado? Porra, que esta gente nunca mais aprende!...
Se tudo o que fizeram: esgotaram-se para ter mais umas
férias, venderam a avó para comprar a casa maravilha,
venderam a alma, para sacanear os outros, e o resultado,
foi aquilo que se vê, já estão outra vez a fazer a mesma
asneira que é começar tudo por fora e não por dentro, pelo
telhado e não pelas fundações!...
Irra, que é preciso ser-se burro e cego!
A virtualização de se venderem bens especulativos, e
passarem com a batata quente ao próximo palerma, parece
que pegou moda fascinante, como os jeans.
A frustração é o sentimento dominante! Temos pena!
Choram por aquilo que não têm, em vez de desfrutar e
agradecer o que têm!
É pá, poupem-me a beleza, e verdadeiramente
experimentem a "teoria economicista da ralação", que é o
mesmo que dizer: economizem na crítica, no azedume e na
coitadinhice, e façam-se à estrada:
Quando a vida nos traz um limão, fazemos dele uma
limonada, ou ficamos com um limão azedo nas mãos?


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Crisis?...What Crisis?...


Não era uma música dos Pink Floyd? Ou um albúm?
Já não sei bem, mas este grito vive dentro de mim e
salta cá para fora, desde os anos 80. Mas qual crise?
De que estamos a falar? De que entretenimento falamos
para pôr o povéu todo a olhar pr'a li? Para o lado que lhes
dá mais jeito?
Há muitos anos que eu ouvia falar da ausência de valores,
que se perderam valores, blá blá blá….wiskas saquetas, e
tudo me fazia confusão! Hoje, mais madura, mais velha e
mais macaca, começo a perceber uma série de subtilezas
manhosas:
Subtileza 1: Não há falta de valores, nem eles se
perderam, foram invertidos. Numa escala de 0 a 10 quais
são os valores pessoais que se interiorizaram ao longo
da vida? E esses valores são pessoais ou adquiridos tipo
tradiçãozeca de família, só para serem usados uma vez
ao ano?!? Então qual é o meu papel?
Declamar os valores, abanando a cabeça, como fazem os
muçulmanos quando decoram o Corão, num estado de
transe hipnótico, ou questionar os meus valores que eu
desejo praticar em consciência?
Subtileza 2 : Não tem dado muito jeito ao estado, às
religiões ou às ciências, ensinar cada um a
responsabilizar-se de tecerem os tapetes da própria vida.
"É melhor que a gente faça por vocês, ó patetas alegres
descerebralizados (qual lobotomia feita pelo Prof. Egas
Moniz) do que vocês se porem a pensar e fazer asneira,
(que é o mesmo que dizer, pensarem por si próprios e
questionarem o nosso abuso de poder)".
Subtileza 3: O abuso do poder que julgam que têm! Há
uma linha ténue entre autoridade e o abuso dela. Muitas
pessoas não sabem lidar com a autoridade, porque nem
sequer vislumbraram a diferença entre abuso, poder e
autoridade.
Subtileza 4: Poupar…poupar…mas desta subtileza,
falarei mais tarde, tirando outro esqueleto do armário
que agora não me apetece.
Parecem-me haver mais subtilezas manhosas nesta coisa
da crise. Como eu penso pela minha cabeça e pela minha
experiência adquirida, a crise, tal como a apresentaram e
pintam não me convence! Estou mais convicta em ver
oportunidades de cada um olhar para dentro e mudar o que
faz sentir-se mal, do que querer o que está fora, numa
tentativa aparvalhada de remendar os buracos. Cada um
pega na crise, como se pega numa minhoca – com nojo, ai
que horror, como se não tivesse nada a ver com aquilo.
Os outros é que são todos maus, uns abutres, umas hienas
hipócritas, porque cada um, tadinho, dentro das suas
próprias casas e dentro deles mesmos não contribuíram em
nada para a "crise das minhocas no quintal" – as vitimas
estão sempre à espera que solucionem por elas, enquanto
rastejam a pedinchar e a queixarem-se.
Desculpem lá, mas já estou cheia desta "merdice" pegada
da crise, que ninguém quer, mas da qual todos se
aproveitam para esconderem os verdadeiros vazios que
criaram. E agora, querem fazer mais o quê?
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Cheguei


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(Sons de passos em folhas secas) …Está aí alguém?
Posso entrar?...
(Como ninguém me responde, vou entrando) À minha
frente, uma clareira com "tippies" montados, e ninguém
á vista. Hummmm… estou numa aldeia… índia…Sioux?
Cherokee? Ah, não, Portugueses! Ah!...Portugue…ses…
Espreito os "tippies" um a um e não vejo nenhuma alma,
nem animal, mas as fogueiras estão acesas e o ambiente
convida-me.
Há um "tippie" vazio, um pequenino esqueleto à entrada,
um espanta espiritos que ressoa quando lhe toco…As
pequenas tíbias tocam uma na outra e o esqueletozinho
ri-se…para mim, é claro.
Nada me é estranho e vou arrumando as minhas coisitas.
Desenrolo o tapete, aconchego as almofadas, acendo a
minha fogueira lá fora e preparo-me para ficar, sendo
bem recebida ou não preparo-me para ficar!
E comigo na bagagem trago histórias! E esqueletos que
retiro dos armários de todos, para lhes tirar o bafio, para
os arejar, e para mostrar a todos que têm esqueleto, por
mais que os queiram esconder, ou negar.
Cheguei a esta tribo (clã – comunidade – o que quiserem)
empurrada pela minha filha e orientada por uma amiga,
que me está a ensinar a dar os primeiros passos de "como
entrar numa tribo desconhecida", e que conhece o meu
espírito missionário: onde me meto, faço-o com uma
intenção de missão…é um talento que eu tenho, este de
ver a para além do que os olhos vêm e do que os ouvidos
ouvem…
Falo de mim através do que escrevo. Não tenho
pretensões a ser escritora, quero reunir o que escrevo,
também para mostrar ás minhas netas um dia, o que ia
na alma da avó delas.
Agora, vou tirar um esqueleto à sorte, da minha bagagem.
Mexo e remexo, e "hoops", aqui está um bem
escondidinho, a não querer sair do armário… dou-lhe um
puxão, desloco-lhe o crânio, salta-lhe um dente, mas…
aqui está ele:

...